sexta-feira, 6 de março de 2015

PUBLICIDADE PARA QUÊ?

              A raiva que me causam os comerciais do YouTube não é diferente da que as propagandas da televisão e do rádio despertam. É extremamente danosa para a sociedade a publicidade de produtos de grandes empresas. A propaganda não é a alma de nenhum negócio.
       Alguém já se tornou cliente da Oi só por Tatá Werneck falar bem da empresa? Alguém já passou a usufruir dos serviços dela (da empresa) por ver quatro retardados feios e de voz irritante? É lógico que não. O que faz alguém escolher a Oi é a necessidade. Não faz sentido gastar o dinheiro que poderia ser usado para melhorar o serviço (que é ruim) em propaganda.
       Os rios de dinheiro que deságuam nos bolsos de grandes empresas de publicidade devem retornar às empresas contratantes de alguma forma. Para isso, é elevado o preço do que se vende. Sim: o consumidor paga a propaganda, da qual ele não precisa.
Empresas que prestam serviços reconhecidamente ruins, como SuperVia e Ampla, investem em publicidade. Talvez sejam forçadas. Lembro-me de um caso da rede de restaurantes Habib's. Não via muita propaganda, até que um dia um telejornal da Globo divulgou que foi encontrada uma barata em um dos estabelecimentos da rede. Pouco tempo depois passei a ver um comercial. Isso reforça a teoria do escritor Diógenes Magalhães, para quem são chantageadas as empresas que não investem em propaganda.
       Uma vez que a imprensa depende do dinheiro de comerciais, não pode ela denunciar irregularidades de empresas que gastam fortunas em propagandas difundidas por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Esse fato desmente o mito da liberdade de imprensa.
       Se dermos crédito ao supracitado escritor, admitiremos que nem a propaganda ideológica de regimes totalitaristas (não me refiro à doutrinação),com cartazes e panfletos, é útil. Se fosse, não haveria guerras, pois todos iriam aderir à ideologia sem uso de força.
       Não sei o que se aprende no curso de Marketing (antiga Merceologia), que, até onde sei, não se preocupa apenas com a propaganda, mas também com o desenvolvimento do produto. Contudo, seria muito bom acabar com os comerciais. Deveriam dar lugar a divulgações simples, que não envolvam atores nem histórias fantásticas, que eles custam muito dinheiro, e dinheiro é coisa ausente no bolso de muitos consumidores, principalmente no dos mais pobres. Isso seria o fim das empresas que sugam dinheiro da sociedade. Quanto aos ricos empresários que trabalham com publicidade e propaganda, haverá trabalho para eles: papelão na rua é o que não falta.

       (Duque de Caxias, em 25/12/2014, no Facebook.)

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